“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” [Jo 17.17]
Este versículo derruba qualquer expectativa dos pós-modernistas de santificação.
Também lança por terra as esperanças dos relativistas. Dos liberais. Dos mentirosos, e, sobretudo, daqueles que amam a mentira.
Não há possibilidade de santificação fora da verdade; e sendo a
palavra de Deus a verdade, fora dela o homem permanece morto em seus
delitos.
A Escritura desmente as afirmações e tendências teológicas modernas de que é possível a salvação sem Cristo, sem a Palavra.
Baseados no sentimentalismo suicida da alma natural eles crêem não
ser necessário nem um nem outro para se alcançar a intimidade com Deus.
Na verdade, esse homem está depositando todas as suas fichas num
prêmio que acredita ser capaz de obter por seus próprios meios, mas que o
deixará exatamente no mesmo estado em que se encontra: condenado.
É interessante que as religiões, mesmo o “cristianismo” humanista, proclama que qualquer caminho pode levar a Deus.
De que a importância está naquilo que o homem tem no seu íntimo, no seu desejo de encontrá-lo.
Mais surpreendente ainda é que a cosmovisão desse mesmo homem o
levará à destruição, pois o que há nele além do mal? “Porque não há
retidão na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua
garganta é um sepulcro aberto” [Sl 5.9].
A falácia de que se o homem for sincero Deus se apiedará dele, não
passa de uma desculpa esfarrapada para a autopreservação do pecado.
Não há garantia de que a sinceridade na mentira produzirá a santidade. Pelo contrário, a santidade é possível apenas na verdade.
E se não houver santificação, não há salvação. Por toda a Escritura
este conceito está delineado, podendo ser resumido da seguinte forma:
“Como está escrito: Sede santo, porque eu sou santo” [1Pe 1.16]; e,
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor” [Hb 12.14]. Cristãos professos, mas que acreditam possível
manter uma vida impiedosa, sem arrependimento, sem frutos para a glória
de Deus, estão esquentando os bancos das igrejas, enganam-se a si
mesmos, pois sobre eles permanece a ira do Senhor [Jo 3.36].
Igualmente, os que não crêem na Bíblia como a fidedigna palavra de
Deus, considerando-a um livro moral como outro qualquer; ou aqueles que a
interpretam equivocadamente [guiados por suas mentes carnais e não pelo
Espírito]; ou os que a negligenciam, relativizam, duvidando de sua
historicidade; em suma, os que não a têm por fiel, inerrante, infalível
e, portanto, verdadeira, jamais verão a Deus. Podem ser sinceros o
quanto for. Podem ser eruditos o quanto for.
Podem apresentar as mais plausíveis e convincentes argumentações para
desacreditá-la. Podem mesmo tê-la à cabeceira da cama como um adorno,
como um amuleto, ou como um livro de “máximas humanas”; podem admirá-la,
e considerá-la com respeito; porém, se não for a verdade absoluta, o
próprio Deus falando com o Seu povo, de nada servirá todo o seu esforço;
porque está direcionado à mentira, à insensatez, de tal forma que
manterá o pecado intocado, intacto, em seu efeito de produzir o homem
morto para Deus. Então, o ponto é: qualquer que seja o padrão da
mentira, sua eficácia anula o conhecimento de Deus; e seus frutos
permanecem latentes, à espera de se abrir as portas do Inferno.
Por isso, na oração, o Senhor não está a falar de todos os homens. O
contexto de João 17 é delineado pelas palavras de Cristo: “para que dê a
vida eterna a todos quantos lhe deste” [v.2]; “Manifestei o teu nome
aos homens que do mundo me deste” [v.6]; “Eu rogo por eles; não rogo
pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” [v.9]; “Tenho
guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu” [v.12]; e
outras citações mais no texto sagrado.
O que se evidencia e se torna patente na intercessão de Jesus é que
não está a pedir por todos os homens, mas o Seu alvo é definido,
claramente delimitado: os que foram predestinados eternamente para serem
conforme a Sua imagem. O fato da oração acontecer imediatamente após
falar com os discípulos [v.1], não deixa dúvidas de por quem pedia: os
eleitos, os salvos. Como os réprobos não podem e jamais poderão ser
santificados [não depende deles, mas de Deus], ainda que ouvindo a
palavra, o resultado será o oposto ao produzido nos eleitos: a rejeição à
verdade. O Evangelho gera salvação no eleito, e condenação no réprobo
porque a palavra “há de julgar no último dia” [Jo 12.48].
O fato é que, como verdade, ele condena a mentira; e todo aquele que
não pratica a verdade, “não vem para a luz, para que as suas obras não
sejam reprovadas” [Jo 3.21], já está condenado. Dizer que tudo é
verdade, é mentira. Acreditar nela, levará a uma verdade: a morte
eterna. Não se pode esquecer que Cristo é a verdade [Jo 14.6], e também a
palavra [1Jo 5.7].
Logo a santificação somente é possível por Ele. E qualquer que diga o
contrário é mentiroso, ainda que sincero; porque a mentira sincera é a
mais extrema manifestação de estupidez e ignorância. Sem entrar em todos
os pormenores envolvidos na santificação, o que o verso introdutório
está a dizer é muito claro: ninguém pode ser santificado no engano, no
erro, na falácia. Apenas a palavra de Deus é a verdade; e nela, o
novo-homem, o eleito, será santificado, em obediência a ela. Sem nos
esquecer de que a salvação e a santidade foram determinadas na
eternidade, e ambas acontecerão infalivelmente, aos eleitos, pelo poder
de Deus.
E isto é a mais pura verdade.
Jorge Fernandes
1 comentários :
Boa noite,
Deus me trouxe aqui, procurei muito por esse texto biblico.
abraços. sonia
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