9 de janeiro de 2020

Qual o Significado de Apóstolo? O Que é Um Apóstolo na Bíblia?




Apóstolo é uma pessoa que foi comissionada, isto é, enviada por alguém. A palavra “apóstolo” traduz o grego apostolos, que significa “mensageiro” ou “enviado”. O grego apostolos deriva do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”, ou num sentido mais específico, “enviar com propósito particular”.
No uso teológico, o termo grego apostolos muitas vezes é utilizado para designar mensageiros, mas com ênfase em quem o enviou. Sob esse aspecto, o apóstolo representa aquele que o envia, e é investido de autoridade para tal. Dessa forma ele representa a personalidade e a influência de seu mandatário. À parte do uso cristão, esse termo também é empregado no contexto náutico.

O significado de apóstolo na Bíblia

Septuaginta utiliza o grego apostolos para traduzir o hebraico shalah e seus termos derivados. Já no Novo Testamento, esse mesmo termo grego aparece mais de oitenta vezes, principalmente nos escritos de Lucas e Paulo.
Isso significa que a palavra apóstolo é aplicada em diferentes contextos e propósitos. De forma geral, pode-se dizer que ela é utilizada tanto num sentido mais amplo como num sentido mais estrito. A palavra “apóstolo” também é aplicada ao próprio Senhor Jesus. O objetivo é indicar que Ele é o enviado por Deus como Salvador de seu povo (Hebreus 3:1-6). Cristo foi enviado para testemunhar do Pai, para fazer as suas obras e a sua vontade, e revelá-lo ao mundo (cf. João 3:34; 5:37-47; 6:38; 7:28,29; 8:42).

O significado mais amplo da palavra apóstolo

No sentido mais amplo, o termo apóstolo simplesmente preserva o significado primário de “enviado” ou “mensageiro”. Por exemplo: nesse sentido a palavra apóstolo indica certas pessoas que foram designadas a representar, de alguma forma, a causa de Cristo. É assim que Barnabé, Silas, Apolo, Timóteo, Epafrodito, Andrônico e Júnias, por exemplo, são chamados de “apóstolos”.
Nesses casos, tais pessoas são denominadas como apóstolos porque elas eram comissionadas e enviadas pela Igreja para desempenhar alguma tarefa na obra de Deus. Muitas vezes essa tarefa era servir literalmente de mensageiros ou representantes da liderança Cristã.
Embora essas pessoas pudessem exercer diferentes ofícios no ministério, elas não exerciam especificamente o ofício de apóstolo. Elas não receberam a autoridade delegada pessoalmente do próprio Cristo, e nem cumpriam os requisitos para ocupar o lugar de apóstolo. Portanto, em todos esses casos o significado da palavra apóstolo indica simplesmente alguém que é comissionado e enviado. Em outras palavras, nesses casos o termo “apóstolo” está designando uma função e não uma posição.

O significado estrito da palavra apóstolo

O sentido mais estrito da palavra “apóstolo” transmite principalmente a ideia de posição. Nesse sentido, essa palavra refere-se exclusivamente ao grupo dos Doze e a Paulo. Estes homens receberam do próprio Cristo a responsabilidade de lançar os fundamentos de sua Igreja. Saiba também quem foram os doze discípulos de Jesus.
Nesse sentido, o apostolado é um ofício instituído por Cristo que teve papel essencial nos primeiros anos da Igreja Cristã. Os apóstolos foram divinamente comissionados e receberam a autoridade necessária para a realização de sua missão. A Bíblia inclusive destaca os requisitos para esse apostolado.
Um apóstolo deveria ter sido testemunha ocular de todo o ministério terreno de Cristo e de sua ressurreição; ter sido instruído diretamente por Ele, ter sido investido de autoridade e poder especial para realizar milagres, prodígios e sinais que testemunhavam a legitimidade do Evangelho que estava sendo anunciado; e ter recebido a comissão para exercer o apostolado diretamente da parte de Deus (cf. Atos 1:15-26; 1 Coríntios 9:1,2; 15:7,8; 2 Coríntios 12:12; Gálatas 1).
O papel singular dos apóstolos dentro da História da Igreja pode ser percebido na referência acerca da Nova Jerusalém no livro do Apocalipse, onde é dito que a cidade santa possui em seus fundamentos os nomes dos apóstolos (Apocalipse 21:14).
Isso significa que eles foram escolhidos pelo próprio Cristo para anunciar e lançar o fundamento sobre o qual Cristo edifica a sua Igreja (Efésios 2:20; Apocalipse 18:20). Por esse motivo eles aparecem encabeçando a lista das dádivas de Cristo para a Igreja (Efésios 4:11).

Existem apóstolos na atualidade?

A Bíblia ensina o sacerdócio-real de todos os crentes verdadeiros, e que através da obra redentora de Cristo, eles possuem livre acesso ao trono da graça (cf. Hebreus 4:16). Isso significa eles são comissionados a proclamar as obras daquele que os chamou das trevas para a luz (1 Pedro 2:9). Para tanto, eles são capacitados com dons da parte do Espírito e devem usar esses dons para a edificação da Igreja como um todo (1 Coríntios 12:1-11).
Então sob esse aspecto, como mediadores de Cristo e responsáveis por anunciar o Evangelho, todo cristão é um mensageiro enviado para proclamar as boas novas da salvação e representar a causa de Cristo diante do mundo. Como a palavra “mensageiro” traduz o termo apóstolo, então neste sentido, e apenas neste, sim, existem apóstolos hoje. Esses apóstolos são todos os cristãos verdadeiros.
Por outro lado, apóstolos que exercem o ministério e o ofício apostólico sob os quais repousam a liderança da Igreja de Cristo na terra, não mais existem. Definitivamente Paulo de Tarso foi o último deles.
Embora Paulo não tenha pertencido ao grupo original dos Doze, ele também foi comissionado pelo próprio Cristo ressurreto, visto que o encontro pessoal com Cristo era a qualificação elementar para o apostolado (1 Coríntios 9:1; 15:8). Mas em nenhum momento ele tentou se incluir nesse grupo. Ao contrário disto, ele próprio admitiu ser um abortivo, isto é, um escolhido fora do tempo (1 Coríntios 15:8). Então isso significa que não é possível que existam apóstolos na atualidade nesse sentido mais estrito da palavra.
Se Paulo diz ter sido o último dos apóstolos, e alguém hoje advoga ser um apóstolo legítimo, então alguém está mentindo, ou Paulo, ou o apóstolo moderno. Particularmente prefiro acreditar em Paulo.
Além disso, como já foi dito, o apostolado tinha um propósito fundamental. Isso significa que seu papel serviu apenas ao período de fundação da Igreja Cristã. Essa verdade exclui completamente a possibilidade de haver apóstolos modernos. Para que houvesse um apóstolo legitimo hoje, a Igreja Cristã precisaria ter sido um fracasso, e uma nova Igreja precisaria ser estabelecida, para que esses novos apóstolos pudessem lançar novamente o fundamento dessa Igreja.
É verdade que alguns círculos do cristianismo defendem a contemporaneidade dos apóstolos, ou pelo menos a transmissão de sua autoridade e função. Algumas pessoas até alegam que a autoridade desses apóstolos está relacionada aos seus dons carismáticos.
Porém esse tipo de pensamento não possui qualquer fundamentação bíblica. Até mesmo os legítimos apóstolos não tinham autoridade em si mesmos. Toda autoridade que possuíam derivava inteiramente daquele que os enviou (cf. Mateus 10:1-40; João 20:21; Romanos 1:1; 2 Coríntios 10:13).
Como já foi dito, o apostolado foi um ofício de alicerce, e a própria existência da Igreja hoje, proclamando o Evangelho e esperando o retorno do Senhor, prova que não há mais a necessidades de apóstolos além dos originais. O ofício apostólico nunca precisou de uma suposta renovação, pois o testemunho dos apóstolos genuinamente comissionados por Cristo, permanece vivo até hoje. Esse testemunho não se gastou, e está preservado de maneira acessível nas páginas do Novo Testamento.

30 de novembro de 2019

O EXÍLIO DE DAVI


Pr. Elias Ribas:

O EXÍLIO DE DAVI



TEXTO ÁUREO
“Então, Davi se retirou dali e se escapou para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai e desceram ali para ele. E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.” (1º Sm 22.1,2)
VERDADE PRÁTICA
Dos muitos conflitos que vivenciamos aprendemos lições preciosas para a nossa vida espiritual e formação de nosso caráter, segundo o modelo Cristo.
LEITURA BÍBLICA
1 Samuel 22.1-5
1 - Então, Davi se retirou dali e se escapou para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai e desceram ali para ele. 2 - E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens. 3 - E foi-se Davi dali a Mispa dos moabitas e disse ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que saiba o que Deus há de fazer de mim. 4 - E trouxe-os perante o rei dos moabitas, e ficaram com ele todos os dias que Davi esteve no lugar forte. 5 - Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques naquele lugar forte; vai e entra na terra de Judá. Então, Davi foi e veio para o bosque de Herete.
INTRODUÇÃO.
- Nesta lição estudaremos as grandes lições que podemos extrair da vida de Davi quando este estava na caverna de Adulão; veremos as características dos homens que ajudaram este monarca de Israel; pontuaremos o que podemos aprender com a liderança de Davi; e por fim, analisaremos as qualidades do filho de Jessé como líder no exílio.
- Nem sempre as vivências marcadas por situações traumáticas podem ser vistas como negativas. Por vezes, elas servem para tirar as cascas das aparências, a infantilidade, o esquecimento de nós mesmos, a fim de levar-nos à essência real da vida. O exílio fala de expatriação forçada ou livre, isolamento social, solidão. A conotação nem sempre é pejorativa, pois, nas Escrituras Sagradas, o exílio recebeu conotações positivas e negativas.
- O exílio pode ser o lugar onde nosso caráter será testado, onde nossa própria identidade será descoberta, onde nossa lucidez mental e espiritual terá a sua aurora (Pv 4.18). A caverna de Adulão não será apenas o exílio de Davi, mas, sim, o lugar que moldará o seu caráter, preparando-o para uma missão maior: a liderança de Israel.
I. LIÇÕES DA CAVERNA DE ADULÃO
- Quatro capítulos foram dedicados ao período da vida de Davi em que ele foge da perseguição de Saul (1º Sm 21-24). Davi se exilou na caverna de Adulão na planície de Judá, em torno de 26 quilômetros a sudoeste de Jerusalém para preservar sua vida. O termo exílio vem do latim “exilium” e significa: “banimento; degredo; desterro; deportação; ermo; expatriação; isolamento do convívio social; ostracismo; proscrição; solidão” (HOUAISS, 2001. p. 1284). É o estado de estar longe da própria casa (seja cidade ou nação) e pode ser definido como a expatriação voluntária ou forçada de um indivíduo.
1. A caverna foi um lugar de refúgio.
- Na caverna de Adulão Davi se refugiou: “Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão...” (1º Sm 22.1a). Davi recorreu à caverna de Adulão que em hebraico significa: “refúgio, abrigo, esconderijo” para se proteger das constantes perseguições, ameaças e afrontas de Saul que procurava a todo custo destruir sua vida e a sua família. A caverna de Adulão foi um lugar de tratamento na vida de Davi e não podemos esquecer que as cavernas, assim como os vales e desertos da vida não são permanentes e sim temporários. Portanto, por mais pedregosos que sejam os vales, por mais extensos que seja os desertos, e por mais sombrios que seja as cavernas, são apenas lugares de passagens, não são e jamais serão o estado definitivo de nossas vidas, mas sim momentos de aprendizados, amadurecimento e crescimento (Hb 11.38). Na caverna Davi procurou refúgio e segurança (Sl 46.1), na caverna ele se escondeu dos inimigos (Sl 91.1). Os Salmos 57 e 142 foram compostos por Davi enquanto ele esteve escondido na caverna de Adulão.
2. A caverna foi um lugar de reconciliação.
- Na caverna de Adulão toda sua família juntou-se a Davi no exílio: “Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim” (1º Sm 22.3b). A família toda de Davi juntou-se a ele na caverna, o que significa que seus irmãos desertaram do exército de Saul e tornaram-se fugitivos com o Davi. Na caverna de Adulão aconteceram três coisas com Davi e sua família:
(a) Ele se reencontrou com sua família.
(b) Se reconciliou com sua família.
(c) Ele cuidou de sua família (1º Sm 22.1).

- Depois, Davi tratou de levar seus familiares para Moabe e acampou na fortaleza conhecida como Massada (1º Sm 22.4). Davi honrou o pai e a mãe e procurou protegê-los, de modo que pediu ao rei de Moabe que lhes desse abrigo até o final do exílio. Os moabitas eram descendentes de Ló (Gn 19.30-38) e nos dias de Moisés os moabitas não eram um povo muito estimado pelos israelitas (Dt 23.3-6), mas Rute, bisavó de Davi, era de Moabe (Rt 4.18-22), o que pode ter ajudado Davi a conseguir o apoio e abrigo para sua família (1º Sm 22.4). Também é possível que Davi estivesse contando com a inimizade entre Moabe e Saul (1º Sm 14.47).
- Os cristãos, como soldados reunidos por Cristo, devem lutar com os mesmos objetivos, não tendo cada um sua própria prioridade, mas a de Cristo (Fp 2.4,21). Se esse for o espírito, Deus dará o sucesso e o crescimento da obra.
3. O simbolismo da caverna de Adulão.
- Foi ali que os dons de Davi como líder foram postos em prática. Ele treinou e preparou 400 homens para lutar no dia a dia, e não demorou para que esse número subisse a 600. Isto quer dizer que todos quantos vinham ter com ele não eram rejeitados. Davi é o modelo de líder que recebe homens angustiados pela vida, para torná-los capazes para o serviço.
- A grande lição de Davi para esses homens é que os que desejassem reinar com ele deveriam aprender a sofrer com ele, visando sempre o Reino de Deus. No simbolismo espiritual, podemos comparar Davi a Cristo. Nosso Senhor se dirigiu aos miseráveis, aos cansados, aos oprimidos, aos amargurados, aos publicanos e aos pecadores, e todos foram transformados pelo seu poder e passaram a fazer parte do seu reino (Mt 11.28,29; Lc 15.1; Mt 22.9,10). Assim, quem deseja reinar com Cristo precisa também sofrer com Ele (2ª Tm 2.12).
4. A caverna foi um lugar de reconhecimento.
- Na caverna de Adulão foi onde a família completa de Davi o reconheceu como rei. Davi, que no passado nem havia sido valorizado por sua família agora é procurado por ela: “… quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele” (1º Sm 22.1). Antes ele tentava provar sua capacidade, mas não era reconhecido (1º Sm 17.28-30). Na caverna, Davi formou um grande exército e passou a ser respeitado, não somente pelo povo, mas também por sua família que o havia desprezado (Sl 27.10).
5. A caverna foi um lugar de restauração.
- Davi é o modelo de líder que recebe homens angustiados pela vida, para torná-los capazes para o serviço: “Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito...” (1º Sm 22.2). Na liderança de Davi homens desprezados se tornaram em um exército de valentes vencedores, oficiais, ministros e governadores o famoso grupo conhecido como os “valentes de Davi”: “São estes os principais valentes de Davi, que o apoiaram valorosamente no seu reino...” (1º Cr 11.10-12). Na caverna os desamparados foram acolhidos; os enfraquecidos foram fortalecidos e encorajados; e os desanimados foram animados. A grande lição de Davi para esses homens é que os que desejassem reinar com ele deveriam aprender a sofrer com ele. Podemos comparar Davi a Cristo que se dirigiu aos miseráveis, aos cansados, aos oprimidos, aos amargurados, aos Publicanos e aos pecadores, e todos foram transformados pelo seu poder e passaram a fazer parte do seu reino (Mt 11.28,29; Lc 15.1; Mt 22.9,10).
II. CARACTERÍSTICAS DOS HOMENS DA CAVERNA DE ADULÃO
- Davi enfrentou altos e baixos em sua vida e nessa ocasião, liderou um exército. Vejamos as características desses homens:
1. Homens que estavam em “aperto”.
- O primeiro grupo, segundo o texto, era formado por homens que “se achavam em aperto” (1º Sm 22.2a). Essa expressão se refere a pessoas perseguidas, assim como Davi. Ou seja, homens que estavam sob pressão e em dificuldade. O conceito de “aperto” aqui é o de pessoas oprimidas ou perseguidas. Essas pessoas certamente se identificaram com Davi por causa do “aperto” que ele também sofria. Eram homens que precisavam de ajuda, e que não tinham muito a oferecer.
2. Homens que estavam “endividados”.
- O segundo grupo era formado por homens endividados. Talvez aqui a referência seja a homens que tinham se tornado escravos por causa de enormes dívidas. Assim, a expressão “homens endividados” é sinônima de “homens escravizados” (1º Sm 22.2b). O termo hebraico usado neste texto é “nashah” que significa “tomar dinheiro emprestado a juros, ter vários credores” Ou seja, eram pessoas que não tinham condições de pagar suas dívidas.
3. Homens de “espírito amargurados”.
- O terceiro grupo era formado por homens “amargurados de espírito” (1º Sm 22.2-c). No original hebraico, o termo é “maar néphesh” e significa: “estar com a alma atormentada”. Na verdade, estes homens eram desqualificados e despreparados. Mesmo assim, não foram rejeitados por Davi: “…se fez chefe deles” (1º Sm 22.2). E foi com estes homens que Davi enfrentou e venceu grandes batalhas (1º Sm 23.1-5; 27.8-12; 30.7-21). Aqueles homens estavam sendo preparados para se tornarem o exército dos valentes de Davi. Como líder, Davi trabalhou na vida daqueles homens sem esperança, modificando as suas vidas, encorajando-os e dando-lhes uma nova perspectiva de vida.
4. Homens que eram “valentes”.
- Na caverna só ficaram aqueles que realmente eram valentes e fiéis (2º Sm 23.8; 1º Cr 11.10). Davi ficou com quatrocentos excelentes guerreiros, número que posteriormente subiu para seiscentos (1º Sm 22.2; 23.13; 25.13; 27.2; 30.9), e destes valentes trinta eram maiorais, e destes, destacam-se três:

4.1. O primeiro comandante da guarda se chamava Josebe-Bassebete comandante da guarda do exército de Davi era muito experiente com sua lança e em uma determinada guerra matou oitocentos homens com essa arma (2º Sm 23.8).

4.2. O segundo comandante da guarda se chamava Eleazar que era mestre no manuseio da espada. Em uma determinada guerra contra os filisteus e não se cansava e lutou tanto que teve uma espécie de câimbra na mão, a ponto de mesmo cansado, não conseguiu largar a espada (2º Sm 23.9,10).

4.3. O terceiro comandante da guarda se chamava Sama que era mestre em estratégia de guerra (2º Sm 23.11,12). Esses três homens eram tão leais ao rei Davi que arriscaram suas vidas em favor do rei. Ao ponto que Davi ansiou por um pouco de água do poço em Belém e estes três fiéis e valentes passaram pelas linhas inimigas a fim de buscá-la para seu líder (2º Sm 23.13-17).
III. DAVI E O AMOR COM OS PAIS
1. Protegendo seus pais.
- Davi não é conhecido apenas como um grande líder, mas também como um bom filho. Ele teve todo um cuidado especial para com os seus pais. Foi até Moabe, porque sabia que eles precisavam de um lugar seguro para habitar e, desse modo, estava se afastando dos territórios de Saul. Há um propósito especial em Davi procurar Moabe. Diversos escritores afirmam que isso se deve aos laços familiares através de Rute, que era a avó moabita de Jessé, pai de Davi.
- A inclusão de Mispa deve-se ao fato de ser esta a cidade real de Moabe; sua citação está restrita aqui e o seu significado é “torre de vigília”; deixando seus pais em segurança, uma expressão grandiosa sai dos lábios de Davi: “Até que saiba o que Deus há de fazer de mim”. Davi ama a Deus, tinha grande amor e carinho pelo seus pais, e não se descuidava de seus companheiros de luta.
- Os filhos, principalmente durante a velhice dos pais, devem honrá-los em tudo, a despeito das lutas e crises que estiverem enfrentando (Sl 127.3). Davi não chegou ao trono apenas porque sabia cuidar dos outros, nem porque era um bom guerreiro, mas, também, porque era um bom filho.
2. A recompensa bíblica para os filhos obedientes.
- Desde o Antigo Testamento, a ênfase é que Deus abençoa sempre os filhos obedientes, pois é o primeiro mandamento com promessa (Êx 20.12; Dt 5.16). Esse ensino foi ministrado por Paulo (Ef 6.2,3).   Nosso Senhor manifestou-se contra os filhos que não cuidavam dos seus pais (Mt 15.5-7). Tais filhos simulada e mentirosamente dedicavam a Deus todos os seus bens, para não honrarem nem sustentarem os seus pais, quebrando, assim, o mandamento.
- Os filhos devem aprender a serem gratos aos seus pais em tudo, dando-lhes honra, dignidade e cuidados materiais. Isso é mandamento de Deus!
IV. MORRENDO POR DAVI
1. A inconsistência de Saul.
- Saul não teve nenhuma caverna para forjar sua vida, não lidou com situações conflitantes, tinha apenas aparência de líder, mas não era um homem segundo o coração de Deus. Os homens que estavam com Saul, ainda que não vivessem as mesmas condições dos que estavam com Davi, não se sentiam tranquilos, pois ele suspeitava da lealdade de todos, inclusive a de seu filho.
- Saul orgulhava-se de ter dado honras à tribo de Benjamin, presentes e posições na liderança; algo que Davi, filho de Jessé, jamais faria. Saul não sabia que lealdade não se compra com presentes, dinheiro, mas nasce naturalmente pela sinceridade, verdade e caráter de um líder genuíno. Só os líderes inseguros fazem cobranças exageradas, dão presentes em troca de lealdade, se inquietam com os que podem” representar risco” à sua posição.
- Quando os líderes são verdadeiramente chamados por Deus é maravilhoso que as pessoas os honrem e os considerem como homens de Deus. O escritor aos hebreus fala da necessidade de se considerar os líderes (Hb 13.7).
2. O preço de proteger Davi.
- Saul convocou Aimeleque e seus sacerdotes para que se apresentassem em Gibeá. Não houve da parte de Aimeleque reação nervosa; ele se declara limpo, pois tinha consciência de que apenas ajudara Davi por tê-lo em grande consideração e por saber que era um soldado da confiança de Saul, aliás, da família real, genro do rei. Apesar dessa declaração sincera, Saul considerou-a um ato de traição, pois Aimeleque havia ajudado Davi, não informando ao rei os seus movimentos. Assim, ele e seus companheiros deveriam morrer.
- Houve uma recusa dos soldados em atacar os sacerdotes, os ungidos de Deus. Foi alguém de fora, um edomita chamado Doegue, que cometeu esse crime brutal. Observe o disparate de Saul: Deus ordenou que ele matasse os amalequitas e não o fez; mas agora extermina prontamente a família de sacerdotes, sem piedade alguma. Apenas um filho de Aimeleque, Abiatar, sobreviveu, salvou o éfode santo e foi ter com Davi (1º Sm 23.6). A amizade entre Davi e Abiatar foi duradoura, ao longo de todo o seu reinado (1º Rs 2.26,27), pois a família de Abiatar morreu para proteger Davi.
3. A sina de Doegue.
- Alguns estudiosos acreditam que o Salmo 52 foi pronunciado por Davi predizendo o destino de Doegue. Davi inicia o salmo mostrando que o ímpio ama a malícia e despreza a bondade de Deus. O caráter do ímpio é descrito pelo salmista assim:
a) Sua língua intenta o mal (Pv 10.31).
b) Traça enganos (Jó 15.35).
c) Despreza o bem e ama o mal (Jr 9.4-5).
d) Não é reto no seu falar.
- Tudo indica que o destinatário do salmista Davi é uma pessoa prepotente, arrogante; sua língua era usada como arma para revelar o que estava dentro do seu coração perverso. Por vezes, o ímpio se mostra perante as pessoas deste mundo com o espírito de grandeza, soberba; busca sempre ser reconhecido e se apresenta como poderoso; suas obras são perversas.
- O salmista deixa claro que Deus punirá esse ímpio arrogante. Note que isso será feito de modo poderoso e pode ser visto pela presença dos seguintes verbos bíblicos: destruir, arrancar, arrebatar, desarraigar. O ímpio pecador será varrido da face da terra.
V. LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM A LIDERANÇA DE DAVI
- O verdadeiro líder é aquele que é chamado por Deus. Nenhum líder do povo de Deus terá êxito, se não for escolhido por Ele. O segredo do sucesso de um líder depende, principalmente, de sua chamada. E Davi foi escolhido pelo próprio Deus (1º Sm 16.1-13; 2º Sm 12.7). Muitas lições podemos aprender com a liderança de Davi. Vejamos algumas:
1. Davi depositou sua confiança em Deus. Apesar de contar com aqueles homens para a batalha, Davi sempre depositou a sua confiança em Deus. Antes de sair à peleja, ele costumava consultar ao Senhor (1º Sm 23.2; 30.8; 2º Sm 2.1). Pois, ele sabia muito bem que a vitória não dependia de seus homens, e sim, do seu Deus (Salmos 55, 57 e 59).
2. Davi não descartou seus liderados. Liderar não é uma tarefa fácil, principalmente quando se trata de liderar pessoas que estejam em “aperto, endividados e desgostosos”, como aqueles homens liderados por Davi (1º Sm 22.2). Na caverna os desamparados foram acolhidos; os enfraquecidos foram fortalecidos e encorajados; e os desanimados foram animados. Na liderança de Davi homens fracassados se tornaram em um exército de valentes e vencedores.
3. Davi ensinou seus liderados. Davi sempre aproveitava as oportunidades para ensinar seus homens (1º Sm 24.7,8; 26.8-10). Enquanto Saul contava com um poderoso exército de homens bem treinados e alimentados, Davi dispunha apenas de um pequeno grupo de homens desqualificados. Mas, o grande e bem preparado exército de Saul não pôde impedir que ele fosse derrotado e morto (1º Sm 31.1-13); enquanto que, aqueles fracos homens de Davi, puderam vê-lo sendo constituído rei de todo o Israel (2º Sm 5.1-12). Nos vários estágios da vida de Davi, ele demonstrou sabedoria; quer seja quando estava cuidando das ovelhas de seu pai (1º Sm 17.15,20); quer seja quando estava no palácio, à serviço do rei (1 º Sm 18.5,14); quer seja quando estava fugindo da presença de Saul (1º Sm caps. 24,26): “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; Pv 9.10).
4. Davi foi humilde. Humildade significa: “ausência de orgulho e de soberba” e ser humilde é o mesmo que “ser simples”, “modesto”. É uma das principais características de um líder. Davi era um homem humilde e nunca se autoproclamou rei de Israel, nem revelou a ninguém que iria substituir a Saul, mesmo depois de haver sido ungido como rei (1º Sm 16.1-13).
5. Davi foi motivador. Uma das principais características de um líder é a capacidade de motivar seus liderados, principalmente diante dos desafios e das dificuldades. Davi soube motivar, não só os seus liderados (1º Sm 22.23; 23.1-5) como também seu próprio líder, Saul (1º Sm 17.32).
6. Davi foi paciente. Davi soube passar pelos muitos estágios em sua vida (Sl 40.1-5), pois foi pastor de ovelhas (1º Sm 16.11); músico do rei (1º Sm 16.23); pajem de armas (1º Sm 16.21); capitão do exército de Israel (1º Sm 18.13,30; 2ºSm 5.2a); líder de um exército de quatrocentos homens (1º Sm 22.1,2); e, depois, de seiscentos homens (1º Sm 30.9). Na verdade, estes estágios em sua vida foi um período de preparação para que ele se tornasse, finalmente, rei de todo o Israel (2º Sm 5.1-5).
CONCLUSÃO. Se não foi fácil para Davi liderar sobre aqueles fracos homens, também não foi fácil para eles serem liderados por Davi, pois, naquela ocasião, ele não tinha nada a lhes oferecer. Não tinha emprego, salário, posses, e nem despojos par repartir com eles. No entanto, eles se submeteram à liderança de Davi, mesmo que, aparentemente, nada pudessem receber em troca. Tivessem eles rejeitado à liderança de Davi, não teriam tido o privilégio de tempos depois, servirem ao rei de Israel. Por isso, aprendemos, não só com Davi, mas também, com sua equipe de liderados a sermos obedientes e submissos a Deus e aos nossos líderes.
FONTE DE PESQUISA
1.       BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD.
2.       BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Revista e Corrigida, S.B. do Brasil.
3.       BÍBLIA PENTECOSTAL, Trad. João F. de Almeida, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
4.       BÍBLIA SHEDD, Trad. João F. de Almeida RA.
5.       CLAUDIONOR CORRÊADE ANDRA, Dicionário Teológico, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6.       HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. SP: OBJETIVA, 2001.
7.       JOSEFO, Flávio (Trad. Vicente Pedroso). História dos Hebreus. RJ: CPAD, 2007.
8.       STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1997.
9.       WIERSBE Warner W. Comentário Bíblico Claro e Conciso AT – Históricos. SP: GEOGRÁFICA, 2010.

22 de abril de 2019

O segredo de caifás

 Autor: Beatriz Becerra
Gênero: Romance Histórico
Geração Editorial

Sinopse:
Segundo a Bíblia, José Caifás, supremo sacerdote do Templo de Jerusalém, um dos judeus mais ricos daquela época, condenou Jesus Cristo à morte quando ele se revelou como o Messias. Dois mil anos depois seus ossos foram encontrados, juntamente com os de uma mulher, um adolescente e dois meninos. De quem são esses ossos? Qual o segredo que Caifás levou para o túmulo? Quem nos revela esse segredo ao contar sua própria história é Miriam, criada do palácio de Caifás. Pela vida de Miriam se entrecruzam as dos personagens mais proeminentes de seu tempo, como Jesus, sua mãe, Maria, os apóstolos, Pilatos e Maria Madalena. A narrativa de Miriam evoca os principais aspectos do cotidiano na Palestina do Novo Testamento, neste romance primoroso, resultado de cinco anos de pesquisa histórica e arqueológica. Ele reconstitui de modo impecável e cheio de sensibilidade um período remoto e vultos célebres de que tanto ouvimos falar, mas que tão pouco conhecemos na sua dimensão humana e psicológica
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O Segredo de Caifás
Um manuscrito de dois mil anos revela a vida e os mistérios do judeu que condenou Jesus
Tendo Poncio Pilatos lavado as mãos para não se envolver diretamente no julgamento de Jesus Cristo, este acabou condenado à morte por José Caifás, supremo sacerdote do Templo de Jerusalém. Caifás era um dos judeus mais ricos daquela época e vivia suntuosamente. Em 1999, seus ossos foram encontrados numa urna de cobre, juntamente com os de uma mulher, um adolescente e dois meninos. De quem eram aqueles ossos? Que segredo Caifás levou para o túmulo?
Em torno desse mistério, a romancista espanhola Beatriz Becerra escreveu um dos mais fascinantes romances históricos dos últimos tempos, capaz de rivalizar com o próprio Dan Brown em seu “Código da Vinci”. Miriam, criada do palácio de Caifás, é quem nos vai fazer a revelação, numa história em que se entrecruzam os personagens mais proeminentes de seu tempo: Jesus, sua mãe Maria, os apóstolos, Pilatos, Maria Madalena.
A narrativa de Miriam evoca os principais aspectos do cotidiano na Palestina do Novo Testamento, num romance primoroso, resultado de cinco anos de pesquisa histórica e arqueológica. Ele reconstitui de modo impecável e cheio de sensibilidade um período remoto e vultos célebres de que tanto ouvimos falar, mas que tão pouco conhecemos na sua dimensão humana e psicológica
A vida na Palestina
O romance histórico “O Segredo de Caifás” (Geração Editorial, 304 páginas, R$ 34,90) da espanhola Beatriz Becerra, começou a nascer em 1990, com uma fascinante descoberta arqueológica no Monte Talpiyot, que fica a mais de três quilômetros de Jerusalém em 1990.
A autora, ainda uma jovem judia e filóloga bíblica trilíngue, foi chamada para participar da expedição, onde foram achadas de cinco a seis ossadas de pessoas diferentes numa tumba mortuária com a inscrição “Yehosef bar Qafa”, ou seja, “José, filho de Caifás”.
Depois de cinco anos de estudos e pesquisas, Beatriz Becerra decidiu criar um romance a partir do que se pôde apurar, mas também do que se pôde imaginar. Foi assim que ela deu vida, de forma emocionante, à criada Miriam – uma criada especial do palácio do Sumo Sacerdote e contemporânea de Jesus e seus apóstolos que guarda um segredo sobre a vida do poderoso Caifás.
“O Segredo de Caifás” é um best-seller na Espanha, com mais de 100 mil livros vendidos. Um dos motivos para o sucesso é a forma precisa e contagiante das recriações de fatos históricos; como a vida dos judeus e romanos em Israel, o magnífico Templo de Jerusalém, os conflitos entre os povos, a disputa pelo poder, o surgimento de Jesus e as suas pregações, a crucificação, as traições e os encontros eróticos dos principais personagens.
Jesus, João, Simão, Mateus, Lázaro, Esaú, Pôncio Pilatos e Jonas, entre outros são personagens de segundo plano, mas que a todo momento completam passagens importantes para desvendar a misteriosa trama. Miriam é uma jovem como poucas na época: ela sabe ler, escrever, fazer contas e tomar a frente dos negócios do pai, um comerciante de gado e leite da Judéia. Por volta dos 40 anos de idade, Mirian decide contar a sua vida em detalhes, após passar três anos em silêncio absoluto.
Desde criança Miriam se interessa pelas escrituras e recebe apoio incondicional do pai para apreender as informações dos manuscritos e decorar salmos, cânticos e histórias dos profetas. Ao ser indicada para viver da função dos estudos no Templo de Jerusalém, sua mãe Sara morre ao dar luz a sua irmã Séfora.
A vida da protagonista toma um rumo diferente ao ir morar com a recém nascida na casa da tia Salomé, mulher do pescador Zebedeu, em uma cidade distante, onde deixa para trás sua recente amizade com Jesus e passa a conviver com o seu primo João e seu vizinho Simão, apóstolos de Jesus no futuro.
A ebulição do cristianismo começa a aparecer em rodas de conversas e Jesus passa a dar sermões nos montes de Jerusalém e em diversas regiões de Israel. A vida de Miriam é composta por passagens deprimentes e alegres, como a paixão pelo pescador Simão, que a deixou apaixonada por muitos anos. Mas o homem não resistiu e se casou com outra mulher. Miriam torna-se amiga da prostituta Shifra e do cobrador de imposto Mateus, que se tornaram seguidores fiéis de Jesus. Vem então a tragédia com a irmã querida e o silêncio por um trauma que a deixou muda por três anos.
Miriam, devido a sua alta instrução, se torna professora do filho de Caifás e dama de companhia da esposa do sacerdote, além de amiga confidente da mulher de Pôncio Pilatos, Claúdia Prócula e de funcionários de alto escalão, como Caleb, velho assessor de Caifás.
A recriação dos bastidores do julgamento de Jesus por Caifás traz detalhes interessantes sobre a crucificação, a busca por livrar os demais apóstolos da perseguição do Sumo Sacerdote, a ressurreição e a queda do poder de Caifás, após 18 anos no poder do povo judeu.
Ao contar-nos sua própria história, Miriam nos coloca em contato com todos esses personagens célebres e cria uma obra surpreendente sobre o poder as palavras, a fragilidade das convicções e a atemporalidade dos sentimentos.

27 de junho de 2018

Qual a diferença entre querigma e catequese ?


Este dois aspectos são interdependentes mas são diferentes.
Evangelização como um todo é rica e tem três aspectos:
1. Profética: Palavra proclamada. O Anúncio verbal da Boa Nova. Todo anúncio através da Palavra que faz a Igreja, entra na área de evangelização profética. Toda a Palavra proclamada, toda palestra que damos com o objetivo de que conheçam e aceitem Jesus é EVANGELIZAÇÃO PROFÉTICA.
2. Sacerdotal: Palavra celebrada. A forma mais bela que encontramos na evangelização sacerdotal está na Liturgia Eucarística, onde está presente dois tipos de evangelização: profética e sacerdotal
Ela é profética na liturgia da Palavra, é a primeira parte da celebração eucarística. proclama-se a Palavra através do Evangelho, as cartas Paulinas, leituras do A.T.
A segunda parte da Eucaristia, forma a liturgia celebrada, a liturgia da Palavra celebrada, vivida. Celebra-se a Palavra e realiza-se um memorial da Palavra. O memorial mais bonito por excelência que temos na Eucaristia, onde se apresenta e se faz presente Jesus, vivo no Sacramento da Eucaristia.
3. Régia: Palavra vivida. É a Palavra que se faz vida. É a palavra que eu vivo, é instaurar o Reino de Deus. Viver a Palavra de Deus, é instaurar o Reino, onde a Palavra de Deus transforma minha vida, minha sociedade, meu mundo econômico, político, social, financeiro, cultural, educacional etc. Na evangelização a Palavra é vivida, é a instauração do Reino em nós.
1. Evangelização Profética:
– Querigma
– Catequese
Este dois aspectos são interdependentes mas são diferentes. Ambas as formas constituem a evangelização profética. Não podemos ficar somente com a evangelização querigmática, nem dividir e só ficar com a catequese.
Não podemos dividí-las, nem separá-las, uma pressupõe a outra, não podemos dar uma só coisa.
A proclamação querigmática nos leva à catequese como conseqüência, e esta não pode ser dada em antes assentar a base da proclamação querigmática primeiramente.
A proclamação querigmática é o primeiro anúncio de Jesus, é a primeira mensagem; a Boa Nova de Jesus. O querigma é o forte badalo do sino e, o ressoar que vem depois é a catequese.
A catequese é o ensino progressivo da fé. Deverá ser um ensino constante, seguindo uma seqüência progressiva.
Querigma – primeiro anúncio da Boa Nova
Catequese – ensino sistemático da fé.
– Pelo querigma eu levo o evangelizado a nascer para a fé (Nicodemos)
– Pela catequese eu levo o evangelizado a crescer na fé.
2. Conteúdo do Querigma
As oito metas do Querigma:
1° Experiência do amor de Deus:
O Evangelizador deverá ter uma experiência do amor de Deus. Mais do que falar sobre a manifestação do amor de Deus ao povo de Israel ou ao homem através de Jesus, tenho que levá-lo a ter uma experiência do amor de Deus.
Nós, os pregadores corremos um perigo – gostamos muito de falar e esse é um dos defeitos maiores do pregador.
Geralmente o pregador gosta muito de falar do amor de Deus, isto é muito bom porque através da palavra, da palestra, da comunicação, estamos apresentando Jesus vivo que experimentei e experimento, mas se eu, como pregador, não levo você que está me escutando a ter sua própria experiência do amor de Deus, não estarei cumprindo minha meta e não estará completa a proclamação querigmática. Mais que falar do amor de Deus é levar o evangelizado a ter uma experiência, que se sinta amado e que o viva e o experimente.
2° Consciência do pecado perante Deus
É muito importante que o evangelizado reconheça-se pecador. Se a pessoa não se sente enferma, se não sente nenhuma dor, se está muito bem, para que lhe serve um médico?
A pessoa necessita conscientizar-se que está enferma e que precisa de ajuda.
Muito mais importante é levar o evangelizado a sentir a necessidade de Deus do que lhe falar do pecado, que ele se conheça pecador, reconheça-se necessitado.
3° Encontro pessoal com Jesus
Muito mais que falar de Jesus, mais que explicar como foi e em que consistiu a morte de Jesus, mais que comprovar que Jesus ressuscitou, mais do que oferecer provas de que Jesus está vivo, mais do que explicar teologicamente nossa salvação por Jesus e em Jesus, o evangelizador deve levar o evangelizado a ter um encontro pessoal com Jesus.
Assim aconteceu com Tomé. Os Apóstolos falaram que Jesus esteve com eles, que havia ressuscitado, mas Tomé não acreditou. E tudo que eles disseram não convenceu a Tomé de que Jesus esteve com eles, mas quando Tomé encontrou-se com Jesus e pode tocá-Lo, apalpá-Lo, quando ele experimentou, ele se convenceu
4° Ato de fé
Levar o evangelizado a dar um passo de fé, um ato de que crê em Jesus, um ato que o leve a depender, de buscar, de confiar somente em Deus.
Levá-lo a um momento de conversão, a um desejo profundo de mudança, a um desejo de trocar sua vida pela vida de Jesus.
5° Aceitar Jesus
“Eis que eu estou à porta e bato. Se alguém escuta minha voz e me abre eu entrarei e cearei com ele” (Ap 3, 20).
A porta do nosso coração não tem fechadura por fora, o nosso coração abre-se por dentro. Uma das metas então, é levar o evangelizado a proclamar não somente com a boca, mas com o coração.
6° Pedir e receber o Espírito Santo
Pedir uma unção do Espírito Santo no momento em que está evangelizando, lembrar que esse é o momento em que Deus sela com o Espírito Santo, manifestando seu amor, comprovando com a presença do Espírito Santo.
7° Integra-se à comunidade cristã
Se ao evangelizá-lo não o levo à comunidade, todo o meu esforço, todo o meu trabalho foi inútil porque estou anunciando a vida nova e a vida nova tem que conseguir em plenitude; essa plenitude é a comunidade que pode ajudar a permanecer, a seguir amando a Jesus, a seguir deixando seduzir através de sua palavra, dos sacramentos, através de sua Igreja e através dos irmãos.
8° Transformação de vida
É necessário que o evangelizado compreenda que a sua vida deve tomar outro rumo, deve ajustar-se a vida de Jesus. Ele deve ser estimulado, motivado a empreender um caminho de retorno.
O conteúdo dos Apóstolos após receberem o Espírito Santo está em:
Atos 2, 14-36; Atos 3; Atos 10; Atos 13.
No querigma nós pregamos a pessoa de Jesus:
– Concreta
– Pessoal
– Que nós conhecemos
3. O efeito do querigma no evangelizado:
-Lc 24, 13 – Os discípulos de Emaús caminharam muito tempo sem compreender as conseqüências do sacrifício de Jesus para suas vidas. Porém, quando Jesus se apresentou a eles, vivo, ressuscitado, seus corações arderam de felicidade, e eles desejaram estar com Jesus para sempre. E toda a sua vida e acontecimentos foram iluminados pela Ressurreição. Tudo tomou nova luz. E eles então não se contiveram tornaram-se anunciadores de Jesus.
a. Abrem-se os olhos
b. Arde-se o coração
c. Corre-se para anunciar aos outros

Fonte :  https://www.comshalom.org

20 de junho de 2018

Como foi a vida de Jesus?

Como foi a vida de Jesus?

A vida de Jesus foi extraordinária mas também muito humana. Ele viveu como um homem normal, de carne e osso, mas também revelou o poder de Deus. A vida de Jesus nos mostra o maravilhoso amor de Deus e como afeta nossas vidas.

O nascimento de Jesus

A vida de Jesus na terra começou quando uma virgem chamada Maria ficou grávida, pelo poder do Espírito Santo. Sendo Deus, Jesus sempre existiu mas nesse momento ele tomou a forma de um homem e se sujeitou às mesmas regras de vida dos homens (Filipenses 2:5-7).
Jesus nasceu em Belém, em condição humilde. O nascimento em si não teve nada de extraordinário mas foi celebrado por anjos e profetas! Desde o início, seus pais terrenos, Maria e José, souberam que Jesus era um menino especial, com um propósito importante (Lucas 2:33-35).
Veja aqui a história do nascimento de Jesus.

A infância e a juventude de Jesus

Por causa da inveja do rei Herodes, os pais de Jesus o levaram para o Egito durante algum tempo. Depois da morte de Herodes, eles foram morar em Nazaré, onde Jesus cresceu.
Aos 12 anos, Jesus foi com seus pais para o templo de Jerusalém, como era costume. Na volta, os pais de Jesus descobriram que ele tinha ficado para trás! Depois de muito procurar, eles encontraram Jesus no templo, conversando com os sábios. Todos estavam surpresos com sua inteligência.
Leia aqui mais sobre a infância de Jesus.
Depois que voltaram para Nazaré, Jesus cresceu e se tornou carpinteiro, como seu pai (Marcos 6:2-3). Nada mais de extraordinário aconteceu durante o resto de sua infância e sua juventude. Jesus viveu como um homem normal, até começar seu ministério.

O ministério de Jesus

Com cerca de 30 anos, Jesus foi para o rio Jordão para ser batizado pelo profeta e pregador João Batista. Quando foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre ele e uma voz do céu declarou que ele era o filho de Deus (Mateus 3:16-17). Jesus então foi para o deserto para orar e ser tentado, depois voltou e começou seu ministério.
Durante cerca de três anos, Jesus andou pelas cidades a pregar sobre o Reino dos Céus. Ele convidou as pessoas a se arrependerem e o seguirem. Jesus denunciou o pecado e mostrou o que era realmente agradável a Deus. Ele perdoou pecados e anunciou a salvação, que viria através de sua morte e ressurreição.
O ministério de Jesus foi marcado por muitos milagres. Jesus curou doentes, expulsou demônios, ressuscitou mortos e até multiplicou comida! Por causa dos milagres e sua sabedoria, multidões seguiam Jesus por onde ele andava. Jesus era bondoso e amava as pessoas, mas nunca comprometia seus valores.
Descubra aqui: quais foram os milagres de Jesus?
Ao longo de seu ministério, Jesus fez amigos e inimigos. Ele tinha vários discípulos que o ajudavam a espalhar a mensagem. Jesus também escolheu 12 de seus seguidores para serem apóstolos e os treinou para serem os líderes depois que ele fosse embora (Lucas 6:13-16). Mas nem toda a gente estava feliz com o trabalho de Jesus. Alguns líderes se sentiram ameaçados por Jesus e tentaram destruir seu ministério – sem sucesso.

A morte e ressurreição de Jesus

Jesus veio à terra com um objetivo: nos salvar de nossos pecados. Por isso, ele se entregou nas mãos de seus inimigos e foi crucificado. Na cruz, Jesus levou o castigo de todos os nossos pecados, para que todo que crê nele tenha a vida eterna (João 3:16-17).
Mas Jesus não permaneceu morto! No terceiro dia, Jesus ressuscitou. Ele apareceu várias vezes aos seus discípulos, provando que estava realmente vivo.
Veja também: como foi a ressurreição de Jesus?
Depois de 40 dias ensinando e encorajando seus discípulos, Jesus subiu ao Céu (Lucas 24:50-52). Ele não foi visto mais mas seus discípulos foram pelo mundo inteiro contando sobre tudo que ele fez por nós.

A vida de Jesus continua!

Jesus ainda está vivo hoje! Ele está junto de Deus Pai, intercedendo por nós e nos salvando de nossos pecados. Ele também mora dentro do coração de cada pessoa que crê nele, através do Espírito Santo (João 14:23).
Um dia Jesus voltará. Ele buscará todos os salvos e nos levará para morar para sempre com ele. A vida com Jesus nunca acabará!

Fonte:
https://www.respostas.com.br

13 de junho de 2018

A História do Apóstolo Paulo: Quem foi Paulo de Tarso?

Por :  Daniel Conegero

Paulo de Tarso, o apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais conhecidos por todos os cristãos. Ele considerado como sendo o maior líder do cristianismo. Neste texto, nós conheceremos mais sobre a história de Paulo, autor de treze epístolas presentes na Bíblia.


Biografia do apóstolo Paulo

Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso na Cilícia (Atos 16:37; 21:39; 22:25). Tarso não era um lugar insignificante (Atos 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega. Tarso era uma cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora tenha nascido um cidadão romano, Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita circuncidado da tribo de Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus (Romanos 11:1; Filipenses 3:5; Atos 23:6).

A infância e adolescência do apóstolo Paulo tem sido tema de grande debate entre os estudiosos. Alguns defendem que o apóstolo Paulo passou toda sua infância em Tarso, indo apenas durante sua adolescência para Jerusalém. Outros defendem que Paulo foi para Jerusalém ainda bem pequeno. Nesse caso, ele teria passado sua infância longe de Tarso. Na verdade, desde seu nascimento até seu aparecimento em Jerusalém como perseguidor dos cristãos, conforme os relatos do livro de Atos dos Apóstolos, há pouca informação sobre a vida do apóstolo Paulo.


Embora não se saiba ao certo com quantos anos Paulo saiu de Tarso, sabe-se com certeza que ele foi educado em Jerusalém, sob o ensino do renomado doutor da lei, Gamaliel, neto de Hillel. Paulo conhecia profundamente a cultura grega. Ele também falava o aramaico, era herdeiro da tradição do farisaísmo, estrito observador da Lei e mais avançado no judaísmo do que seus contemporâneos (Gálatas 1:14; Filipenses 3:5,6). Considerando todos estes aspectos, pode-se afirmar que sua família possuía alguns recursos e desfrutava de posição proeminente na sociedade.
O apóstolo Paulo possuía cidadania romana. Sobre isso, ele próprio afirma ser cidadão romano de nascimento (Atos 22:28). Provavelmente essa declaração indica que sua cidadania foi herdada de seu pai. Estima-se que naquele tempo pelo menos dois terços da população do Império Romano não possuía cidadania romana. Não se sabe ao certo como o pai do apóstolo conseguiu tal cidadania. Algumas pessoas importantes e abastadas conseguiam comprar a cidadania (Atos 22:28). Outras, conseguiam tal cidadania ao prestar algum relevante ao governo romano. A cidadania romana concedia alguns privilégios, dentre os quais podemos citar:
  • A garantia do julgamento perante César, se exigido, nos casos de acusação.
  • Imunidade legal dos açoites antes da condenação.
  • Não poderia ser submetido à crucificação, a pior forma de pena de morte da época.

Paulo de Tarso, o perseguidor


O livro de Atos dos Apóstolos informa que quando Estêvão foi apedrejado, suas vestes foram depositadas aos pés de Paulo de Tarso (Atos 7:58). Após esse episódio da morte de Estêvão, Paulo de Tarso assumiu uma posição importante na perseguição aos cristãos. Ele recebeu autoridade oficial para liderar as perseguições. Além disso, na qualidade de membro do concílio do Sinédrio, ele dava o seu voto a favor da morte dos cristãos (Atos 26:10).
O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1). Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou cartas ao sumo sacerdote para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo era levar preso para Jerusalém qualquer um que fosse seguidor de Cristo, tanto homem como mulher (Atos 9:2). Paulo perseguia e assolava a Igreja de Deus (Gálatas 1:13). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus e preservando a pureza da Lei.

A conversão de Paulo de Tarso


As narrativas no livro de Atos, e as notas do próprio apóstolo Paulo em suas epístolas, sugerem uma súbita conversão. Entretanto, alguns intérpretes defendem que algumas experiências ao longo de sua vida devem tê-lo preparado previamente para aquele momento. A experiência do martírio de Estêvão e sua campanha de casa em casa para perseguir os cristãos podem ser exemplos disto (Atos 8:1-3; 9:1,2; 22:4; 26:10,11).
O que se sabe realmente é que Paulo de Tarso partiu furiosamente em direção a Damasco com o intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo inesperado aconteceu, algo que causou uma mudança radical, não só na vida de Paulo de Tarso, mas no curso da História.
Ao escrever Atos dos Apóstolos, Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso como um ato miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo transformou-se em apóstolo seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz, mas não compreenderam as palavras. Eles ficaram espantados, mas não puderam ver a Pessoa de Cristo.
Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. Esse encontro foi tão importante para Paulo que a base de sua afirmação sobre a legalidade de seu apostolado está fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1; 15:8-15; Gálatas 1:15-17). Considerando que Paulo de Tarso não havia sido um doze discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus seguidores, a necessidade e importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente. Essa experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como é possível notar:
  • Respondeu ao chamado de Cristo: o primeiro aspecto da mudança na vida do apóstolo Paulo pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo: “Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). Essa pergunta marcou o começo de seu novo relacionamento com Cristo (Gálatas 2:20).
  • De perseguidor a pregador do Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do apóstolo Paulo fica evidente na mensagem que ele começou a pregar na própria cidade de Damasco. Isso é realmente impressionante. Ele começou a pregar o Evangelho no mesmo lugar  em que pretendia prender os seguidores de Cristo (Atos 9:1,2).
  • Mudança de vida total: antes da conversão, Paulo de Tarso não aceitava a divindade de Jesus. Ele até acreditava que ao perseguir seus seguidores como um animal selvagem, tentando força-los a blasfemar contra Jesus, estaria fazendo a vontade de Deus (Atos 26:9-11; 1 Coríntios 12:3). É certo dizer que ele via Jesus como um impostor. Após sua conversão, sua pregação não era outra senão anunciar que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). O Paulo duro, rigoroso, ameaçador e violento de outrora, depois de convertido passou a demonstrar ternura, sensibilidade e amor. Essas características ficam evidentes em suas obras.

O início do ministério do apóstolo Paulo

Após o encontro que teve com Cristo, o apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita de Ananias. Foi Ananias quem o batizou (Atos 9:17,18). Também foi ali, naquela mesma cidade, que Paulo começou sua obra evangelística.
Não há informações detalhadas sobre os primeiros anos de seu ministério. O que se sabe é que o apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco e depois foi passar um tempo na Arábia (Atos 9:20-22; Gl 1:17). A Bíblia não esclarece o que ele fez ali, nem mesmo qual o lugar específico da Arábia em que ele ficou. Depois, o apóstolo Paulo retornou a Damasco, onde sua pregação provocou uma oposição tão grande que ele precisou fugir para salvar sua própria vida (2 Coríntios 11:32,33).
Naquela ocasião ele fugiu para Jerusalém (Gálatas 1:18). Nesse tempo havia completado cerca de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos discípulos, porém estavam todos receosos com ele. Foi então que Barnabé se dispôs a apresentá-lo aos líderes dos cristãos. Entretanto, seu período em Jerusalém foi muito rápido, pois novamente os judeus procuravam assassiná-lo.
Por conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada pelo Senhor numa visão. Segundo o que ele próprio afirma em Gálatas 1:18, ele ficou somente quinze dias com Pedro. Essa informação se harmoniza com o relato de Atos 22:17-21. Paulo acabou deixando Jerusalém antes que pudesse se encontrar com os demais apóstolos, e também antes de se tornar conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judeia. Porém, os crentes de toda aquela região já ouviam as boas-novas sobre Paulo.

O silêncio em Tarso e o trabalho em Antioquia

Logo depois o apóstolo Paulo foi enviado à sua cidade natal, Tarso. Ali ele passou um período de silêncio de cerca de dez anos. Embora esses anos sejam conhecidos como o sendo o período silencioso do ministério do apóstolo Paulo, é provável que ele tenha fundado algumas igrejas naquela região. Estudiosos sugerem que as igrejas mencionadas em Atos 15:41, tenham sido fundadas por Paulo durante esse mesmo período.
É certo que Barnabé, ao ouvir falar da obra que Paulo estava desempenhando, solicitou a presença do apóstolo em Antioquia na posição de um obreiro auxiliar. O objetivo era que Paulo o ajudasse numa promissora missão evangelística entre os gentios. Após cerca de um ano, ocorreu um período de grande fome. Então os crentes de Antioquia providenciaram contribuições para servir de auxilio aos cristãos da Judéia. Essas contribuições foram levadas por Paulo e Silas. Havendo completado sua missão, Paulo e Silas regressaram a Antioquia.
Esse período em Antioquia foi essencial no ministério do apóstolo Paulo. Foi ali que sua missão de levar o Evangelho aos gentios começou a ganhar força. Foi enquanto estava em Antioquia que o Espírito Santo orientou a Igreja a separar Barnabé e Paulo para a obra à qual Deus os chamara. Só então tiveram início as viagens missionárias do apóstolo Paulo.

As viagens missionárias do apóstolo Paulo

O trabalho evangelístico do apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de dez anos. Esse trabalho aconteceu principalmente em quatro províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas cidades-chave, isto é, nos maiores centros populacionais de sua época. Isso fazia parte de seu planejamento missionário. Quando alguns judeus e gentios aceitavam a mensagem do Evangelho, logo esses convertidos tornavam-se o núcleo de uma nova comunidade local. Dessa forma, o apóstolo Paulo alcançou até mesmo as áreas rurais. A estratégia missionária usada pelo apóstolo Paulo pode ser resumida da seguinte forma:
  1. Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse nas regiões circunvizinhas.
  2. Ele pregava nas sinagogas, a fim de alcançar judeus e prosélitos gentios.
  3. Ele focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento das profecias da antiga dispensação.
  4. Ele percebia as características culturais e as necessidades dos ouvintes. Assim ele aplicava tais particularidades em sua mensagem evangélica.
  5. Ele mantinha o contato com as comunidades cristãs estabelecidas. Esse contato se dava por meio da repetição de visitas e envio de cartas e mensageiros de sua confiança.
  6. Ele estava atento as desigualdades presentes na sociedade de sua época, e promovia a unidade entre ricos e pobres, gentios e judeus. Além disso, ele solicitava que as igrejas mais prósperas auxiliassem os mais pobres.
Em Atos 14:21-23, é possível perceber que o método de Paulo para estabelecer uma igreja local obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho dedicado ao evangelismo, com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de edificação, onde os crentes convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último, presbíteros eram escolhidos em cada igreja, para que a organização eclesiástica fosse estabelecida.

Primeira viagem missionária

A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13:1-14:28). Não se sabe exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem. Sabe-se apenas que ela deve ter ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi Antioquia, um lugar que havia se tornado um tipo de centro do Cristianismo entre os gentios.
Basicamente a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e na parte sudeste da província romana da Galácia. Barnabé foi o líder até um determinado momento da viagem, e Paulo era o pregador principal. João Marcos servia como auxiliador dos missionários principais. Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente os abandonou) e retornou para Jerusalém. A partir desse ponto, o apóstolo Paulo assumiu a liderança da missão.

Segunda viagem missionária

A segunda viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 15:36-18:22. O propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo diz, era visitar os irmãos por todas as cidades em que a palavra do Senhor já havia sido anunciada (Atos 15:36). No entanto, ao discordarem sobre a ida de João Marcos na viagem missionária, Paulo e Barnabé decidiram se separar. Então Paulo levou consigo Silas, também chamado de Silvano.
A data provável dessa viagem fica entre os anos de 50 e 54 d.C. Essa segunda viagem cobriu um território bem maior do que a primeira, estendendo-se até a Europa. A obra evangelística foi concluída na Macedônia e Acaia, e as cidades visitadas foram: Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto.
O apóstolo Paulo permaneceu em Corinto um longo tempo (Atos 18:11,18). Ali ele pregou o Evangelho e exerceu sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele enviou a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, também enviou as Epístolas aos Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, e ao partir prometeu retornar em outra ocasião (Atos 18:20,21).

Terceira viagem missionária

A terceira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 18:23-21:16. Essa viagem ocorreu entre 54 e 58 d.C. O apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia e depois prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali o apóstolo ficou por um longo período, cumprindo a promessa anteriormente feita (Atos 19:8-10; 20:3).
É provável que todas, se não pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia, tenha sido fundada durante esse período. Parece que antes de Paulo escrever a Primeira Epístola aos Coríntios, ele fez uma segunda visita à cidade de Corinto, regressando logo depois para Éfeso. Então, mais tarde, ele escreveu 1 Coríntios.
Quando deixou Éfeso, Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que ele escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente o apóstolo Paulo passou pela terceira vez em Corinto. Antes de partir dessa cidade, provavelmente ele escreveu a Epístola aos Romanos (cf. Romanos 15:22-25).
O resultado das viagens missionárias do apóstolo Paulo foi extraordinário. O Evangelho se espalhou consideravelmente. Estima-se que perto do final do período apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. Apesar de esse resultado ter sido fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme número de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa missão certamente foi o apóstolo Paulo.

O debate do apóstolo Paulo com Pedro

Em um determinado momento, devido ao crescente número de gentios na Igreja, questões a respeito da Lei e dos costumes judaicos sugiram entre os cristãos. Muitos cristãos judeus insistiam que os gentios deveriam observar a Lei Mosaica. Eles queriam que os crentes gentios se enquadrassem nos costumes judaicos, principalmente em relação à circuncisão. Para eles, só assim poderia haver igualdade na comunidade cristã.
O apóstolo Paulo identificou esse movimento judaizante como uma ameaça à verdadeira natureza do Evangelho da graça. Por isso ele se posicionou claramente contra essa situação. Diante dessas circunstâncias, o apóstolo Paulo repreendeu Pedro publicamente (Gálatas 2:14). Pedro havia se separado de alguns crentes gentios, a fim de evitar problemas com certos cristãos judaizantes. Esse também foi o pano de fundo que levou o apóstolo Paulo a escrever uma epístola de advertência aos Gálatas. Nessa epístola ele apresenta com grande ênfase o tema da salvação pela graça mediante a fé.
Podemos dizer que esse acontecimento foi a primeira crise teológica da Igreja. Para que o problema fosse solucionado, Paulo e Barnabé foram enviados a uma conferência com os apóstolos e anciãos em Jerusalém. O concílio decidiu que, de forma geral, os gentios que se convertessem não estavam sob a obrigação de observar os costumes judaicos.

Prisões e morte do apóstolo Paulo

Existe muita discussão em relação ao número de prisões que o apóstolo Paulo sofreu. Essa discussão de dá, principalmente pelo fato de o livro de Atos não descrever toda a história do apóstolo Paulo. Além disso, provavelmente o apóstolo Paulo foi preso algumas vezes por um período muito curto de tempo, como por exemplo, em Filipos (Atos 16:23).
Ao falar sobre suas próprias prisões, o apóstolo Paulo escreve o seguinte:
Considerando apenas as principais prisões do apóstolo Paulo, sabe-se que ele foi preso em Jerusalém (Atos 21), e para impedir que fosse linchado, ele foi transferido para Cesareia. Nessa cidade Felix, o governador romano, deixou o apóstolo Paulo na prisão por dois anos (Atos 23-26). Festo, sucessor de Felix, sinalizou que poderia entregar Paulo aos judeus, para que por eles ele fosse julgado.
Como Paulo sabia que o resultado do julgamento seria totalmente desfavorável a sua pessoa, então na qualidade de cidadão romano, ele apelou para César. Depois de um discurso perante o rei Agripa e Berenice, o apóstolo Paulo foi enviado sob escolta para Roma. Após uma terrível tempestade, o navio a qual ele estava naufragou, e Paulo passou o inverno em Malta.
Finalmente o apóstolo Paulo chegou a Roma na primavera. Na capital do Império ele passou dois anos em prisão domiciliar. Apesar disso ele tinha total liberdade para ensinar sobre o Evangelho (Atos 28:31). É exatamente nesse ponto que termina a história descrita no livro de Atos dos Apóstolos. O restante da vida de Paulo precisa ser contado utilizando-se os registros de outras fontes.
Por isso, as únicas informações adicionais que encontramos no Novo Testamento sobre a biografia do apóstolo Paulo, parte das Epístolas Pastorais. Essas epístolas parecem sugerir que o apóstolo Paulo foi solto depois dessa primeira prisão em Roma relatada em Atos por volta de 63 d.C. (2 Timóteo 4:16,17). Após ser solto, ele teria visitado a área do Mar Egeu e viajado até a Espanha.

O martírio em Roma

Depois, novamente Paulo foi aprisionado em Roma. Desa última vez ele acabou executado pelas mãos de Nero por volta de 67 e 68 d.C. (2 Timóteo 4:6-18). Tudo isso indica que as Epístolas Pastorais documentam situações não historiadas em Atos. A Epístola de Clemente (cerca de 95 d.C.) e o cânon Muratoriano (cerca de 170 d.C.) testificam sobre uma viagem do apóstolo Paulo a Espanha.
A tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada de Óstia, fora da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado. Talvez o texto que mais defina a biografia do apóstolo Paulo seja exatamente esse:

Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo

  • Romanos
  • I Coríntios
  • II Coríntios
  • Gálatas
  • Efésios
  • Filipenses
  • Colossenses
  • I Tessalonicenses
  • II Tessalonicenses
  • I Timóteo
  • II Timóteo
  • Tito
  • Filémon
Fonte : https://estiloadoracao.com