Famoso por suas pirâmides e pelo rio Nilo, o Egito foi a primeira potência mundial da história bíblica. Sob seu domínio foi formada a nação de Israel. Moisés, que escreveu os cinco primeiros livros da Bíblia, nasceu e foi educado no Egito. Será que a arqueologia e a História confirmam o que Moisés escreveu sobre aquela antiga nação? Analise alguns exemplos.
O Egito é mencionado na Bíblia, desde o primeiro livro do Gênesis ao último livro do Apocalipse. Moisés está destinado a desempenhar um papel importante na profecia bíblica. Com os recentes acontecimentos lá, é um bom momento para fazer uma pausa e estudar o Egito na história e profecia.
I. HISTÓRIA DO ANTIGO EGITO
1. A formação da nação Egípcia. O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.
Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós.
No topo da sociedade encontrava-se o Faraó e sua imensidão de parentes. O faraó era venerado como um verdadeiro deus, pois era considerado como o intermediário entre os seres humanos e as demais divindades. Por isso, era uma monarquia teocrática, ou seja, um governo baseado nas ideias religiosas.
2. O poderoso exército egípcio era invencível. Na conquista de Biblos, o sacerdote desesperado queima resina em um fogareiro, num ritual de magia, pedindo socorro aos deuses enquanto chora pelos mortos. Não funciona. O poderoso Exército egípcio parece invencível. Acaba de romper a machadadas as portas da fortaleza, o último baluarte de resistência de Biblos, a capital do reino de Amurru (no atual Líbano), aliado dos hititas.
A conquista de Biblos, em 1285 a.C., é um marco na história. Sob o comando de Ramsés II, o grande Filho e neto de generais, ele foi criado para vencer. Lutou contra hititas, núbios e assírios. Por suas mãos, o Egito se tornaria o maior império do mundo antigo. Poderoso e rico, o país se tornará uma potência militar, conquistará territórios dos hititas ao norte, dos assírios a leste e dos núbios ao sul, até atingir seu tamanho máximo. Trará escravos, novas matérias-primas e tecnologia. Será o apogeu econômico e cultural do Egito.
Filho e neto de guerreiros, Ramsés II assumiu o poder com 25 anos, em 1290 a.C., e lançou-se em um esforço militar inédito. Em sua primeira campanha militar, com apenas 10 anos, participou da retomada do litoral do Líbano ao lado do pai, Sethi I. Logo nos primeiros anos de governo, Ramsés II levantou uma rede de fortificações perto das fronteiras. Engolidas pelo tempo durante três milênios, essas cidadelas estão voltando à luz.
3. Capital azul-turquesa. Fruto dessa ambição foi a criação da nova capital do Egito, que ele batizou de Pi-Ramsés. “Um guerreiro deveria ficar próximo de seus exércitos, por isso Ramsés II mandou construir sua capital perto do delta do Nilo, quase na fronteira com a Palestina. Seu novo endereço passou a abrigar toda a corte egípcia e a nata de seus comandantes e generais. As outras capitais oficiais, Mênfis, Heliópolis e Tebas, continuaram exercendo o papel de centros políticos e religiosos”, diz a historiadora francesa Bernardette Menu.
Mas o que mais surpreendeu os arqueólogos foi a estrutura militar montada por seu governante. “Havia um sofisticado complexo industrial especializado na produção de armas e carros de guerra. Não sabemos ainda qual era o tamanho do Exército de Ramsés, mas agora temos certeza de que foi o maior da Antiguidade”, diz Brand. Artesãos, ferreiros, criadores de animais, todos eram empregados dessa indústria bélica. “Eles faziam carros de batalha, lanças de cobre, espadas e dardos. É possível que também fabricassem barcos.”
II. O CATIVEIRO PROFETIZADO
Na sequência de nosso estudo vejamos que foi profetizada a escravidão de Israel “Então disse o Senhor a Abrão: Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.” (Gn 15.13).
Após preparar a cerimônia da aliança, o texto bíblico diz que ao pôr do sol Abraão caiu num sono profundo (Gn 15.12). Então mais uma vez Deus falou com Abraão; dessa vez dando detalhes acerca do futuro de sua descendência. Deus avisou Abraão que sua descendência haveria de ser peregrina em terra alheia; bem como seria reduzida à escravidão, afligida por quatrocentos anos (Gn 15.13; cf. Êx 12.40).
Então Deus explicou a Abraão que somente na quarta geração sua descendência voltaria àquela terra. O motivo disto era que a iniquidade dos amorreus ainda não havia alcançado um determinado nível (Gn 15.16). Os amorreus eram os povos de Canaã. Esta passagem explica claramente que o ataque posterior dos israelitas contra os cananeus não foi sem fundamento.
Moisés esqueceu algumas vezes de Seu Deus, enquanto recebia a educação no Egito? (Hb 11.14-16). Porque não? (Êx 2.7-9). O que supôs ele, após matar o egípcio? (At 7.25). Foi esta hora determinada por Deus? Quem ensinou a Moisés os 40 anos de peregrinação no deserto? (At 7.25; Êx 3.11).
1. A descendência do povo de Israel. Os filhos de Israel, ou israelitas, foram os descendentes do Jacó, cujo nome foi trocado ao Israel depois que lutou com o anjo (cf. Gn 32.24-30). A família do Jacó se transladou ao Egito por convite do José, um dos filhos do Jacó, que chegou a ser um grande governador de Faraó.
O Livro de Gênesis 47.27-28, relata que Jaco foi viver com sua família na terra de Gosen: “E viveu Israel na terra de Gosen, no Egito, tomando posse da terra e trabalhando-a, começando a prosperar e multiplicando-se muito. 28 Jacob viveu ainda 17 anos depois que veio para o Egito. Ao todo foram 147 os anos da sua vida.
Israel cresceu até chegar a ser uma grande nação. Mas, como estrangeiros e recém-chegados, suas vidas estavam em marcado contraste com as dos egípcios. Os hebreus adoravam a um Deus invisível; os egípcios adoravam muitos deuses. Os hebreus eram nômades; os egípcios tinham uma cultura profundamente estabelecida. Os hebreus eram pastores; os egípcios eram construtores. Além de ser tão diferentes, os hebreus estavam fisicamente separados do resto dos egípcios: viviam no Gosén, ao norte dos grandes centros egípcios.
2. Após a morte de Faraó I. “Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós.” (Êx 1.8-9).
Transcorreram aproximadamente trezentos anos desde a morte de José. Os setenta hebreus que se haviam radicado no fértil crescente do rio Nilo multiplicaram-se em centenas de milhares. Mas o povo israelita, outrora objeto do favor de Faraó, é agora escravo temido e odiado do rei egípcio.
O período após a morte de José trouxe uma mudança completa nas condições dos israelitas. De protegidos dos governantes semitas hicsos, tornaram-se os temidos escravos de uma nova dinastia de reis egípcios nativos. Oprimidos por seus senhores egípcios, os israelitas alcançaram um estado de absoluto desamparo e desespero, quando Deus, fiel a Sua aliança, redimiu-os com grande poder.
No versículo 16 está escrito: “E disse: Quando ajudardes no parto as hebreias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva.”
Uma antiga tradição diz que o Faraó sonhou com uma balança com todo o Egito de um lado e um cordeiro do outro o qual pesava mais que o Egito. Os magos interpretavam esse sonho dizendo que logo nasceria um menino entre os Hebreus que destruiria todo o Egito.
O livro de Êxodo traz a continuidade da geração de José (filho de Jacó), momento em que seus filhos prosperaram e eram numerosos, e viviam num tempo cujo Faraó não conheceu José, e dessa forma, não tinha consideração pelos israelitas, chegando a ordenar às parteiras que matassem todos os meninos que nascessem para que os hebreus não prosperassem (Elas temiam ao Senhor e não cumpriram o que fora ordenado, justificando que as hebreias eram fortes e tinham seus próprios filhos). Neste tempo, a própria mãe de Moisés o escondeu num cesto e o colocou no rio (pouco depois de seu nascimento), próximo ao momento que a filha do faraó costumava banhar-se, e com a ajuda da irmã do menino, a filha do faraó teve compaixão e o criou, como egípcio.
3. Moisés mata um egípcio e foge para Midiã. Aos 40 anos Moisés mata um egípcio que estava torturando um hebreu, Moisés é expulso do reino de faraó e foge para o deserto. Aí começa a sua história (Êx 2.11-12).
Moisés havia sido criado pela filha de faraó e foi educado com toda ciência egípcia e sabedoria, foi educado como um guerreiro dentro do palácio, e foi preparado para ser um príncipe. Sua experiência era vasta, mas não servia para nada no deserto.
O fato de viver os conhecimentos do povo egípcio o favoreceram na forma de lidar com o faraó no momento da libertação de seu povo; a fuga para Midiã e seu casamento com Zípora, a qual lhe deu dois filhos: Gérson e Eliézer, o fixou 40 anos numa região desértica desenvolvendo nela habilidades para enfrentar desafios futuros aparentemente difíceis de vencer. Moisés pode ser apontado como o grande legislador do povo hebreu, um gênio militar, um grande líder; sem dúvida um dos maiores da história mundial. Ao observar o comportamento de Moisés quando Deus o convocava para liderar alguma situação difícil ou impossível aos olhos humanos, Moisés hesitava, mas depois obedecia; pois ele entendia a supremacia divina de Deus.
Moisés no deserto sem saber que era o propósito de Deus para lhe transformar em um grande líder, o homem que iria liderar a saída dos hebreus e conduzir quase dois milhões de pessoas no deserto.
Anos mais tarde, casado, morando em Mídia, trabalhava no campo quando o Senhor falou a Moisés por meio de uma sarça ardente. No diálogo entre eles, o Senhor encoraja a Moisés que retorne ao Egito, pois já havia morrido quem o queria matar; além de dar sinais a Moisés (com o cajado que se transformava em cobra, e a mão ora leprosa ora curada) que seria com ele. O motivo maior desse chamado seria a compaixão de Deus, ao ouvir o clamor do povo escravizado e se lembrar da aliança feita com Abraão, e seus descendentes Isaque e Jacó.
4. As dez pragas no Egito. Como narra a Bíblia, o Faraó Ramsés, cético e de coração endurecido, não escuta os apelos de Moisés para que liberte os hebreus da escravidão, deixando-os partir em busca da terra de Canaã. Deus resolve então punir toda a terra do Egito, enviando as dez terríveis pragas que assolariam sem piedade a natureza, os homens e os animais: rio de sangue, invasão de rãs, infestação de mosquitos, de moscas, peste dos animais, tumores, chuvas de pedra, nuvens de gafanhotos, trevas e morte dos primogênitos foram as catástrofes que assolaram o país do rio Nilo. Depois que se concretizou a última das calamidades, o Faraó finalmente se rende e deixa o povo de Israel partir. Curiosamente, esses flagelos não prejudicaram em quase nada os hebreus, como se pode ler em uma das passagens bíblicas: “No dia seguinte, fez Deus o que tinha dito; e todos os animais dos egípcios morreram, mas não morreu nenhum dos animais dos israelitas” (Êx 9.6). Os infortúnios atingiram principalmente os egípcios, e não só os egípcios poderosos, como também os camponeses humildes, mesmo aqueles que moravam em aldeias distantes, longe dos monumentos e pirâmides.
Depois da última das dez pragas do Egito, aconteceu grande emoção nas terras egípcias e com muita insistência, o povo de Israel enfim conseguiu ser libertado por Faraó. A Bíblia afirma que o rei Faraó ainda se arrependeu da decisão e perseguiu o povo hebreu com seu exército, para capturá-lo de novo e impedir a chegada na terra prometida de Canaã. Sem sucesso na tentativa de capturar o povo Israelita, por que primeiro uma coluna de fogo separava os egípcios dos israelitas e depois todos seus soldados morreram afogados no Mar Vermelho.
A Bíblia diz que Deus abriu o Mar Vermelho para o povo de Israel passar e quando todos já estavam salvos do outro lado, Deus fechou o mar e assim todos os soldados de Faraó morreram.
A saída do Egito é o marco inicial e constitutivo do antigo Israel como povo da aliança. A libertação do Egito é o fundamento da fé desse povo, porque por ela experimentou e passou a conhecer Deus como libertador e forte aliado frente a todas as formas de opressão. A libertação foi narrada como maravilhosa, evidenciando que o Deus que liberta é o mesmo que domina toda a criação.
III. A QUEDA DO IMPÉRIO EGIPCIO
Êxodo, o segundo livro da Bíblia, começa com os israelitas no Egito e descreve sua opressão sob o regime egípcio, sua libertação por Moisés e sua partida para voltar a Canaã, a Terra Prometida. Contudo, Deus lembra a hospitalidade inicial dos egípcios mostraram para com os israelitas e diz: “Você não deve aborrecer o egípcio, pois você era um estrangeiro em sua terra” (Dt 23.7).
Uma vez que Israel entrou na Terra Prometida, os faraós ainda ordenaram invasões ocasionais lá, porque os egípcios consideravam Canaã parte da zona de influência do Egito.
De acordo com o Discovery Channel, na sua série “Egito Revelado”, Ramsés I que também ficou conhecido como o “grande”, morreu aos seus 90 anos de idade. Isso significa que ele escapou da morte na “Travessia do Mar Vermelho” e voltou sozinho para casa, pois nenhum soldado egípcio sobreviveu no mar como descreve a Bíblia.
Com a morte de centenas de soldados no Mar Vermelho, a destruição da agricultura, pecuária e a morte dos primogênitos pelas pragas, o Egito entrou em caos econômico e sem exército, ou seja, a economia do Império Egito ficou toda destruída, e assim os outros países se fortaleceram grandemente.
Depois do século XII a.C., o Egito foi sucessivamente invadido por diversos povos. Em 670 a.C., os assírios conquistaram o Egito, dominando-o por oito anos. Após liberta-se dos assírios, o Egito começou uma fase de recuperação econômica e brilho cultural conhecida com renascença saíta. Essa fase recebeu esse nome porque a recuperação egípcia foi impulsionada pelos soberanos da cidade de Sais. A prosperidade, porém, durou pouco. Em 525 a.C., os persas conquistaram o Egito. Quase dois séculos depois vieram os macedônicos, comandados por Alexandre Magno, e derrotaram os persas. Finalmente, retirando Cleópata do trono de faraó, o Egito foi dominado pelos romanos, que governaram por 600 anos, até a conquista Árabe.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC